"Esforço-me para que eles sejam fortalecidos
em seu coração, estejam unidos em amor e alcancem toda a riqueza do pleno
entendimento, a fim de conhecerem plenamente o mistério de Deus, a saber,
Cristo" (Colossenses 2.2)
Neste texto Paulo diz que é preciso estarmos "unidos em amor". É preciso lembrar que para Paulo estar em amor é estar em Deus. Agora, o nosso amor é desordenado. Ao mesmo tempo que dizemos amar algo ou alguém, pouco tempo depois odiamos. Na verdade, algumas coisas amamos quando na verdade queríamos odiar. Ter Deus como "O" amor da nossa vida faz com que tudo aquilo que amamos se torne, na verdade, o que Deus ama, pois, o amor dele traz ordem aos nossos amores.
Enfatizamos muito que Deus nos amou e teve a iniciativa de vir até nós trazendo a experiência da graça e da redenção, e que tudo está feito, e que não há nada que possamos fazer para receber a redenção, e eu creio, mas onde se encaixa o nosso amor por Deus em tudo nisso? Gosto de pensar como Agostinho de Hipona: "Não podemos produzir à iniciativa amorosa de Deus, mas podemos nos preparar para ela."
A pergunta que surge então é: Como podemos nos preparação para receber as iniciativas amorosas de Deus em nossa vida?
Deixo com você hoje apenas três caminhos para isso:
1. Compreendendo, tanto a importância quanto as limitações da razão - ou nos agarramos inteiramente à razão, ou a rejeitamos totalmente. A razão quando usada corretamente nos ajuda a entender a necessidade que temos de Deus e nos leva a estruturar o embasamento espiritual da nossa vida com Deus, mas ela possui suas limitações.
Augusto Cury, em seu livro, A Fascinante Construção do Eu (sugiro a leitura), diz que "a elaboração de pensamentos é algo complexo, que aciona inúmeras janelas do nosso cérebro e que por isso, não deve ser realizada de forma banal por nós." Se a razão não estiver orientada segundo o amor divino, pode levar-nos a sérias distorções espirituais.
Nos preparamos para receber o amor de Deus usando a capacidade que Deus nos concedeu de raciocinar, ela possui limitações, mas é muito importante na compreensão e acolhimento de suas iniciativas amorosas em nossa vida.
2. Enxergando o amor das pessoas por você
Temos uma tendência, tendência essa promovida pelo entrada do pecado no mundo, de acharmos que as pessoas estão contra nós. Acredito que a sociedade tem produzido indivíduos egoístas, competitivos, maus, desorientados, frustrados, machucados...e essas pessoas ferem outras como forma de defesa e de sobrevivência. Mas todos nós temos pessoas amadas por nós e que sabemos que nos amam.
Essas pessoas são capazes de se machucar por nós, de terem sua dignidade ferida para nos defender, de terem seus direitos violados apenas para continuar acreditando em nós. Ei! Essas pessoas nos amam! Essas pessoas são expressão do amor de Deus por nós e através delas nos tornamos mais preparados para receber as iniciativas amorosas de Deus.
3. Tendo Jesus como seu mestre interior
A idéia de Cristo como mestre do nosso interior é cheia de implicações para a nossa vida diária. Mas como faço isso em minha vida? Não é difícil responder, pedimos a Cristo como Mestre vivo, "que nos guie nas nossas atividades do cotidiano, fazendo o mesmo amanhã e em todos os dias que virão. Procuramos sintonizar nossa vontade com a vontade de Deus, sabendo que ele sempre estará lá, nos guiando." (Richard Foster)
Apelamos para o auxílio da razão e do amor das pessoas por nós, mas sempre na certeza de que Jesus está nos guiando nesse caminho de acolhimento das iniciativas amorosas de Deus por nós.
Deus abençoe
Pr. Vanderlei