Os inconformados

terça-feira, 31 de janeiro de 2012


O tempo do Reino
      
Texto: Marcos 1.9-15
             A vida nos ensina que algumas coisas possuem o tempo adequado para acontecer, outras que há o tempo certo para busca-las e outras que todo tempo é tempo de acontecer e de buscar.
            Jesus viveu um período de sua vida onde não foi possível que a inauguração do Reino do seu Pai fosse concretizada por ele. Mas agora o tempo chegou.
            Jesus sai de Nazaré e se dirige ao rio Jordão. Ele está a procura do seu primo João Batista para ser batizado. O tempo de iniciar o seu ministério chegou. Ele chega ao Jordão. Inúmeras pessoas estão ali aguardando para serem batizadas por João. Jesus entra na fila. Quando João o vê ele quer deixar claro a todos que o seu batismo é para arrependimento mas o batismo de Jesus é para receber a morada do divino.
            Quando chega a vez de Jesus, João tenta recusar, mas Jesus diz que é assim que o seu Pai quis.
            Jesus é batizado. Ele se despede de João. Ele começa a sair da água quando algo diferente começa a ocorrer. Todos percebem que há algo diferente acontecendo com Jesus mas não sabem discernir o que é. Jesus está olhando para o céu. O céu está se abrindo. Ele consegue ver. De repente o Espírito Santo desce em forma de uma pomba sobre Jesus. Os que estão ali até agora não conseguiram entender o que está acontecendo. Até que desse céu aberto vem uma voz: “Tu és o meu Filho amado, em ti me agrado”.
            Agora todos conseguem entender. O Filho de Deus está ali entre eles.
            Mas não houve tempo nem para assimilar essa extraordinária notícia. O tempo de ir para o deserto chegou. O Espírito desceu sobre Jesus e agora o mesmo o impele a ir para o deserto.
            O Filho de Deus está neste momento sendo tentado fortemente em seus sentidos, necessidades e desejos. Já são quarenta dias no deserto sendo tentado e ainda tendo que conviver com animais selvagens.

             A impressão que tenho é que por vezes não sei que há tempos de de ser levado pelo Espírito, hora para o rio, fresco, que lava, que purifica, que renova... mas hora para o deserto, quente, seco, que suja, que desgasta, que faz sofrer...
            E Espírito as vezes me leva para lugares assim. Por que? Qual a intenção de Deus? Creio! Eu creio que o Espírito me leva para lugares assim para aprender algumas coisas, mas a principal delas é entender que há o tempo do rio e o tempo do seco. Não sei você, mas eu odeio o seco, essa que é a verdade! Mas essas duas realidades são necessárias em minha caminhada com Deus. Talvez por isso cresço tanto em tempo de seca e no tempo do rio, por vezes, deixo o rio secar.
            No tempo do rio fica claro que Deus está sobre mim, que sou seu filho amado, mas é no seco que internalizo melhor que Ele não apenas está sobre mim mas está comigo e em mim, sustentando, livrando, e me fazendo entender melhor a dinâmica da minha história com Ele. E nessa trajetória o tempo do rio chega, mas também o tempo da seca, do deserto.

             Mas o tempo de sair do deserto chegou para Jesus, e ao sair do deserto Jesus sai com uma mensagem nos lábios: “o tempo é chegado...o Reino de Deus está próximo. Arrependam-se e creiam nas boas novas!” (1.15).
       
            Jesus entendeu o tempo do seu Pai Celestial. O autor de Eclesiastes estava certo, existe tempo apropriado para tudo, para rio, para seco, para sair do seco... Agora, para o Reino de Deus todo tempo é tempo, tanto de acontecer em minha vida quanto de busca-lo.
            Esteja eu no rio, na seca ou fora dela minha busca será sempre o Reino do meu Pai Celestial. Quero esse Reino em todo tempo, em todo minha vida, em todos os detalhes da minha história.
            Betsaida amada, desejo a você os acontecimentos do Reino de Deus e sua intensa busca por esse Reino, pois Ele chegou, está entre nós, é tempo, sempre é tempo. O tempo é agora.
           Que nesses quatro dias de acampamento sejamos todos inundados pelas realidades desse Reino.

            Pr. Vanderlei

           

           

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

ENQUETE: ORAÇÃO, JEJUM E ESMOLA

           Em nossa última enquete perguntamos: Quais obras de justiça Jesus nos convida a pratica-las em anonimato? A resposta correta começa em Mateus 6.1 que diz: Tenham o cuidado de não praticar suas obras de justiça diante dos outros para serem vistos por eles”.
           A partir deste primeiro verso Jesus vai falar de três práticas de justiça que devem ser feitas em anonimato – esmola, oração e jejum. Essas práticas eram consideradas pelos judeus como as principais obras de justiça que um religioso poderia evidenciar.
          Os religiosos, segundo Jesus, praticavam suas orações em “pé nas sinagogas e nas esquinas a fim de serem vistos pelos outros” (MT 6.5), davam esmolas e “anunciavam bem alto” para serem honrados (MT 6.2) e quando jejuavam “mostravam uma aparência triste para que os outros vissem que estavam jejuando” (MT 6.16). Os religiosos, portanto, faziam questão de evidenciar a todos essas práticas, mas Jesus vem e diz para dar esmolas em segredo e orar e jejuar em secreto.
          Fico pensando...por que Jesus quer o meu anonimato? Por que não posso simplesmente mostrar para Deus e também para os outros, afinal, Deus vê. Ele me vê quando dou esmola ou ajudo alguém em segredo (MT 6.2) e me vê quando oro e jejuo em secreto (MT 6.6,18). Mas o que há de mal em deixar que os outros vejam? Acredito que para Deus nenhum mal, mas para mim sim.
         Jesus pede o anonimato de mim porque o anonimato me protege, me livra de querer recompensas.

1. Quando dou esmolas ou ajudo alguém em anonimato sou protegido do apego ao dinheiro, das armadilhas de Mamom (dinheiro) e das recompensas que o ele ou a pessoa auxiliada pode me oferecer.

          2. Quando oro em anonimato sou protegido do desejo de receber a recompensa dos religiosos e aguardo a recompensa do Pai que me vê muito além de minhas palavras ou mesmo na falta delas. Na verdade a oração tem muito pouco a ver com palavras, a oração tem a ver com o que Deus vê.

         3. E quando jejuo em anonimato sou protegido de minha sede por independência. Muitos cristãos fazem jejum de comprar roupa, de comer hambúrguer, de beber coca-cola...essas coisas não são essenciais, jejum é abstinência do essencial. É na falta do essencial que posso ver o quanto dependo de Deus.

        Que Pai Celestial ajude-nos a nos protegermos do dinheiro, da religiosidade e de nós mesmos.

Pr. Vanderlei